O jegue e seu diploma
Queridos (as) leitores (as), gostaria de compartilhar com todos vocês uma história ocorrida comigo e que me inspirou a escrever este presente artigo. A história é a seguinte: certa feita, estando eu, navegando na Grande Rede, acabei por envolver-me
numa discussão com uma mulher. A discussão se deu via Facebook
e versava a respeito do racismo, temática esta, que à debatedora virtual, afirmava não ter eu, nenhuma propriedade para falar, visto que, eu não tinha formação em História ao passo que ela sim. De fato ela reivindicava tal autoridade para si, pois afirmara, com todo orgulho do mundo, que era
formada neste campo do saber e que, portanto, tinha mais propriedade para lidar com o assunto. Segundo ela, o racismo tinha sido, inclusive, o tema
do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), querendo com isso, seguramente, corroborar seus argumentos.
A afirmação da "intelectual de Facebook" demonstrou o uso do argumento de autoridade, pois passou à ideia de que, como se o fato dela ter formação na área a tornasse mais apta a discutir qualquer assunto contra qualquer um no campo da história, e o fato de eu não possuir essa formação (universitária) me desqualificasse e fizesse-me incapaz de discutir tal assunto, mesmo eu estudando tal disciplina de forma independente através das inúmeras leituras de bons livros de História.
A afirmação da "intelectual de Facebook" demonstrou o uso do argumento de autoridade, pois passou à ideia de que, como se o fato dela ter formação na área a tornasse mais apta a discutir qualquer assunto contra qualquer um no campo da história, e o fato de eu não possuir essa formação (universitária) me desqualificasse e fizesse-me incapaz de discutir tal assunto, mesmo eu estudando tal disciplina de forma independente através das inúmeras leituras de bons livros de História.
O que ficou claro nessa
história toda foi que, segundo ela, se você não tem formação especifica em determinada
área, logo você não pode debater sobre temas relacionados à mesma. Em outras palavras, o negócio funciona
mais ou menos assim: se eu tenho formação em Filosofia, mas não tenho formação em Economia; logo eu não posso debater sobre Economia, pois seguindo à lógica dela, existe um fator impeditivo que faz com que eu não tenha a
capacidade de discutir tal assunto, esse fator que me impede é o diploma, então
tudo que eu falo está desprovido de veracidade se eu não tenho um diploma que
comprove a minha capacidade. Infelizmente esse tipo de pensamento não parte
somente dela, no Brasil isso é mais comum do que se imagina.
O diploma te dá autoridade e poderes quase metafísicos para discutir qualquer questão
relacionada a sua área de formação, mesmo você não sabendo de quase nada.
Exagero da minha parte? Afirmo que não. O meio acadêmico brasileiro está
cercado de idiotas semianalfabetos que se acham grandes pensadores em razão de que, alguns anos dentro de uma universidade, cumprindo às disciplinas e conteúdos programáticos, vão ter um
pedaço de papel que diz que eles sabem de alguma coisa. Esse é o orgulho nacional: o de ter um diploma de nível superior.
Quando eu digo que o meio
acadêmico brasileiro está cercado de idiotas semianalfabetos, eu não estou
exagerando, para ilustrar o que falo, quero contar-lhes outra historinha (risos). Desta vez envolve outra personagem principal, minha irmã. Ela (que cursa Geografia na Universidade Estadual da minha cidade) chegou em casa completamente abismada com o fato de um de seus
colegas de sala ter lido “Aristoteles” ao invés de Aristóteles, parece piada,
mas isso já se tornou corriqueiro no meio acadêmico, infelizmente.
Pronunciar os nomes errados não advém de problemas de ordem fonológica e sim devido o mesmo ter poucos contatos com boas leituras e por isso, sequer sabem pronunciar corretamente os nomes.
Pronunciar os nomes errados não advém de problemas de ordem fonológica e sim devido o mesmo ter poucos contatos com boas leituras e por isso, sequer sabem pronunciar corretamente os nomes.
Mas se na universidade
pública, que em teoria deveria ser mais disputada, e, portanto, aprovar
apenas os melhores está dessa forma; abrindo os braços e acolhendo qualquer
analfabeto, imagine como não estão as universidades privadas, onde praticamente
o único requisito para poder ser aprovado é o seu bolso. Se esse é o nível dos
nossos “melhores” alunos, imagine como deve ser o nível dos piores.
O mais engraçado
- para não dizer trágico - disso tudo é que é justamente, esse tipo de pessoa que mais tarde, depois de
formada, vai apontar o dedo na sua cara e dizer que você não está habilitado
para discutir determinado assunto, ao mesmo tempo em que ela reivindica para si toda a
autoridade do mundo, pois o diploma "diz que ela sabe de alguma coisa" e mesmo que ela mal saiba ler e escrever, o que importa não é o conhecimento, interessa é saber que o diploma está lá, é real, o "diploma me dá a propriedade para discutir
dentro da minha área de formação", ele (a) pensam. Triste Brasil.
Costumo dizer que o
Brasil é o país onde qualquer idiota pode sair por aí ostentando um diploma,
mesmo quando esse não sabe de nada. A impressão que eu tenho é que o diploma, para muitas pessoas, só serve para duas coisas, à primeira é: passar ao proprietário a falsa impressão do saber e a segunda: para outros usos menos pronunciáveis no presente artigo, pois em geral o diploma não condiz com a realidade do possuidor.
Não me esqueço aqui das universidades e escolas, pois entendo que
elas têm uma grande parcela de culpa nessa situação toda, pois hoje dentro
delas é mais importante formar gado eleitoral (esquerdistas geralmente) do que qualificar profissionais capacitando-os para exercer suas profissões. Isso tem causado um processo de emburrecimento quase irreversível.
A mulher da discussão, referida no inicio desse texto, não sabia à diferença entre; “mas” e “mais”, não me arrisquei a ensiná-la sobre tal, pois como eu não sou formado em português, logo eu também não tenho propriedade para ensinar isso a alguém: vai ver se ela tivesse se formado em língua portuguesa ao invés de história ela saberia perfeitamente à diferença entre as duas formas. No fim das contas, o autodidatismo ainda parece ser um forasteiro quase desconhecido em território nacional, porém, ainda é o que salva os verdadeiros estudantes que não se apegam a meros diplomas, pelo contrário, buscam sempre o saber verdadeiro.
A mulher da discussão, referida no inicio desse texto, não sabia à diferença entre; “mas” e “mais”, não me arrisquei a ensiná-la sobre tal, pois como eu não sou formado em português, logo eu também não tenho propriedade para ensinar isso a alguém: vai ver se ela tivesse se formado em língua portuguesa ao invés de história ela saberia perfeitamente à diferença entre as duas formas. No fim das contas, o autodidatismo ainda parece ser um forasteiro quase desconhecido em território nacional, porém, ainda é o que salva os verdadeiros estudantes que não se apegam a meros diplomas, pelo contrário, buscam sempre o saber verdadeiro.
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